Terceira
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Ilha Terceira
Geografia
A ilha Terceira, de formato elíptico, tem 400 km2 de área, com cerca de 30,1 km de comprimento, de leste a oeste e 17,6 km de largura, de norte a sul, sendo a sua maior altitude atingida no alto da Serra de Santa Bárbara, com 1021 m de altitude.
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Empresas licenciadas
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Outras Informações
Designada por Ilha de Jesus Cristo no período do seu reconhecimento pelos navegadores portugueses, o seu povoamento inicia-se, por volta de 1450, com a concessão da sua capitania ao flamengo Jácome de Bruges, pelo infante D. Henrique. As primeiras povoações situam-se entre o Porto Judeu e a Praia da Vitória e, em breve, estendem-se a toda a ilha.
Com uma economia inicialmente voltada para a produção agrícola, sobretudo de cereais e a exportação de pastel (planta tintureira), a Terceira começa a desempenhar um importante papel na navegação dos séc. XV e XVI, como porto de escala para as naus que traziam as riquezas das Américas, às quais se juntam os galeões da Índia.
Nesse período, a Ilha Terceira é um entreposto do ouro, prata, diamantes e especiarias vindas de outros continentes, o que atrai a cobiça de corsários franceses, ingleses e flamengos e faz com que as suas costas marítimas sejam alvo de ataques constantes durante vários séculos.
A sucessão ao trono português do rei espanhol Filipe II, em 1580, e o partido tomado pelos terceirenses do pretendente D. António, Prior do Crato, que chegou a residir na ilha e nela cunhou moeda, levou a que a Terceira sofresse tentativas de conquista pelos espanhóis. O primeiro desembarque de tropas espanholas, em 1581, é totalmente derrotado na célebre Batalha da Salga, em que participaram os escritores Cervantes e Lope de Vega. Em 1583, forças espanholas, muito superiores, comandadas por D. Álvaro de Bazan, vencedor da batalha de Lepanto, conseguem dominar a ilha, depois de violentos combates.
Até 1640, a Terceira é porto de escala dos galeões espanhóis, trazendo as fabulosas riquezas do Perú e do México. Com a Restauração, os espanhóis são expulsos e a vida regressa à normalidade, mantendo a ilha a sua posição de centro económico, administrativo e religioso dos Açores até ao início do séc. XIX.
As lutas liberais levam a Terceira a desempenhar, mais uma vez, um importante papel na história de Portugal.
Adepta do partido liberal desde 1820, e após várias vicissitudes, dá-se, em 1828, uma viragem na qual os absolutistas são dominados e a Terceira transforma-se na principal base dos liberais. Frente à Vila da Praia, trava-se, em 1829, uma violenta batalha naval em que as forças miguelistas são derrotadas, seguindo-se a instalação da regência na Terceira e posterior conquista das restantes ilhas do arquipélago para a causa liberal. Da Terceira partem para o continente, em 1832, a armada e o exército que, após o desembarque no Mindelo, proclamam a Carta Constitucional.
O final do séc. XIX e o início do séc. XX caracterizam-se por uma progressiva redução do papel da Terceira no contexto dos Açores. A construção de um porto na Praia da Vitória, a existência de uma importante base aérea e o aeroporto comercial abrem, porém, novas perspetivas de desenvolvimento à ilha.
Alcatra – O prato mais típico da Ilha Terceira, geralmente de carne de vaca, cozinhado lentamente num alguidar de barro, em forno de lenha, utilizando vários ingredientes como toucinho, cebola, alho, louro, pimenta e vinho verdelho. É, geralmente, acompanhado com pão ou massa sovada. Este método de confeção é, igualmente, utilizado com peixe, galinha, feijão, coelho, polvo ou favas.
Donas Amélias – O nome do bolo Dona Amélia surgiu como forma de homenagear a visita da Rainha D. Amélia e do Rei D. Carlos à Ilha Terceira, em 1901, atribuindo assim o nome da Rainha aos bolos. Os seus principais ingredientes são as especiarias muito comuns da época, trazidas pelos marinheiros em expedições vindas da Índia, tais como a canela, a noz-moscada, entre outros. Os bolos chamam a atenção de todos os que passam pela Ilha. É considerada, por muitos, uma autêntica delícia.
Conde da Praia – doce conventual muito apreciado na Terceira, cuja designação se ficou a dever ao 1º Conde da Praia da Vitória, notável terceirense, e grande admirador deste pudim. Atualmente também é confecionado em queijada e tem por principais ingredientes batata, ovos, açúcar e especiarias.
Sopas do Espírito Santo – As populares sopas do Espírito Santo são confecionadas em todas as freguesias da ilha, tendo por base a mesma receita, que inclui pão, manteiga e a água da cozedura das carnes que serve para se colocar no pão que é coberto com folhas de repolho e aromatizado com um ramo de hortelã, podendo existir alguma alteração de temperos em algumas freguesias e de ilha para ilha. As sopas são acompanhadas por carnes, toucinho, fígado, linguiça, morcela, linguiça de peles, sangue, batata, batata-doce e verduras.
Vinho Verdelho – Vinho produzido na Freguesia de Biscoitos, na costa norte da ilha. O verdelho é um vinho licoroso, predominantemente seco, havendo, também, doce e meio-seco, sendo produzido a partir das castas de verdelho. Poderá ser bebido fresco e como aperitivo. São produzidos ainda vinhos de mesa.
Queijo – A escolha do queijo na Ilha Terceira é variada, havendo os queijos amanteigados, de pasta mole, bem como os frescos. Todos fazem as delícias de quem os provam.
Mariscos – Lapas, cracas, santolas, lagostas, cavacos podem ser apreciados na visita à Terceira.
FESTAS DO ESPÍRITO SANTO
As ilhas dos Açores são tomadas por um ambiente festivo em celebração ao Divino Espírito Santo. Estas festas acontecem aos domingos, nas sete semanas seguinte à Páscoa. Todas as freguesias têm, pelo menos, um império que se distingue pela sua arquitetura e cores vivas, onde é celebrado o culto ao Divino Espírito Santo. Estas festas desenvolveram um sentido de comunidade e união muito típica da cultura açoriana e da sua religiosidade
Impérios do Espírito Santo
Os impérios constituem um tipo de arquitetura popular, sui generis na ilha Terceira, e estão ligados às Festas do Divino Espírito Santo, datados do séc. XVII ao séc. XXI. Encontram-se em todas as freguesias e apresentam cores garridas, sobressaindo do restante casario e ao olhar de quem nos visita. São de pequena dimensão, com duas janelas, uma porta na sua fachada, encimados por uma coroa. No interior, ao fundo, e durante as festas, situa-se o altar em forma de pirâmide, coroada com a coroa do Divino Espírito Santo e decorado com flores brancas. Anexo, ao império, normalmente, existe uma despensa onde se guardam o pão, a carne, o vinho que são distribuídos pelas pessoas da freguesia.
Localização: Todo o arquipélago
Datas: No sétimo domingo e oitavo domingo depois da Páscoa
Entidade Responsável: Irmandades dos Espírito Santo
FESTAS SANJOANINAS
Ligadas às tradições das festas de S. João, fazem parte do seu programa um cortejo de abertura com a Rainha das Festas, as famosas marchas de S. João, cortejo etnográfico e desfiles com várias temáticas. Paralelamente, realizam-se provas desportivas de diversas modalidades. As noites são animadas com a atuação de vários grupos musicais, concertos e desfile de filarmónicas. Trata-se, ainda, de uma oportunidade de se saborearem os petiscos tradicionais da ilha, nas famosas tascas que caracterizam também estas festas, encontrando-se por toda a cidade. Igualmente emblemático é o cartaz taurino com as típicas touradas de praça (contando sempre com a atuação de toureiros a pé e a cavalo), touradas à corda e largadas de toiros.
Localização: Cidade de Angra do Heroísmo
Datas: Datas flexíveis, abrangendo sempre o dia 24 de junho
Entidade Responsável: Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
FESTAS DA PRAIA
Celebração da elevação da Vila da Praia a cidade, na qual se destacam os desfiles, concertos musicais, tascas, touradas, entre elas, uma das mais peculiares da ilha que acontece no areal desta cidade e a feira de gastronomia com presença de algumas regiões de Portugal Continental. Integram-se, ainda, no programa diferentes atividades desportivas.
Localização: Cidade da Praia da Vitória
Datas: Datas flexíveis, abrangendo sempre o dia 11 de agosto
Entidade Responsável: Câmara Municipal da Praia da Vitória
DANÇAS DE CARNAVAL DA TERCEIRA
As Danças do Entrudo – nome dado pelo povo da ilha à sua mais importante e conhecida forma de Teatro Popular – ocorrem durante o período de Carnaval, no qual milhares de pessoas percorrem a ilha seguindo o “itinerário das danças”, às quais podem estar subjacentes variadíssimos temas do quotidiano. Teatro de cortejo, de rua ou de terreiro, as danças são compostas por duas alas de dançarinos, um mestre (munido de uma espada, varinha ou pandeiro) e um número variável de intérpretes do “enredo”, acompanhado por música. O povo encontra nas danças a magia necessária para contar o que se conhece do passado, para denunciar o que se sofre no presente e para exprimir o que exige do futuro.
Localização: Ilha Terceira
Datas: Carnaval
ANGRAJAZZ
Festival Internacional de Jazz de Angra do Heroísmo, é um evento que acontece anualmente e tem como principal objetivo a divulgação e o desenvolvimento do gosto pelo jazz nos Açores. Teve a sua primeira edição em outubro de 1999, e a partir desse ano tem ocorrido anualmente, sempre à volta do feriado de 5 de outubro. Do cartaz constam nomes locais, nacionais e internacionais.
Localização: Cidade de Angra do Heroísmo
Datas: Datas flexíveis, abrangendo sempre o dia 5 de outubro
Entidade Responsável: Associação Cultural Angrajazz
TOURADAS À CORDA – A tourada à corda é considerada uma das maiores manifestações de caráter popular dos Açores, sendo tradicional nesta Ilha. Realizam-se de 1 de maio a 15 de outubro de cada ano civil. A tourada é constituída por um arraial delimitado por três riscos brancos, pintados no chão, em cada uma das suas extremidades onde correm quatro toiros presos por uma corda ao pescoço, controlados, geralmente, por sete a dez pastores. Nas extremidades da festa, encontramos os tradicionais petiscos, vendidos nas típicas tascas ou pelos “Homens dos Cestos”.
Localização: Ilha Terceira
Datas: 1 de maio a 15 de outubro
Entidade Responsável: Comissão de festas de cada freguesia