Pico
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Ilha do Pico
Geografia
A ilha do Pico é a segunda ilha do arquipélago em superfície, com uma área de 447,9 km2. Apresentando uma forma oval, alongada no sentido este-oeste, tem 46,23 km no maior comprimento e 10 km na maior largura, possuindo a maior altitude de Portugal – 2351 metros – registada no cume da montanha que lhe deu o nome e a fama.
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Outras Informações
Após o assentamento de gado na primeira metade do séc. XV, o seu povoamento iniciou-se por volta do ano 1460, com nativos do Norte de Portugal, após escala nas Ilhas Terceira e Graciosa.
O seu primeiro capitão donatário foi Álvaro de Ornelas, que não chegou a tomar posse efetiva da ilha, pelo que veio a ser incorporada na capitania do Faial. Cedo, formou-se nas Lajes a sua primeira vila, em 1501, a que se segue a de S. Roque, em 1542. Inicialmente voltada para a cultura do trigo e um pouco para a exploração do pastel – planta tintureira exportada para a Flandres, por influência da vizinha ilha do Faial –, em breve a população dedica-se também à cultura da vinha e à pesca. Segue-se um largo período praticamente à margem da história, interrompido no séc. XVIII por importantes erupções vulcânicas. Em 1723, a Madalena é elevada a vila, confirmando a sua importância económica como porto de ligação com o Faial, por onde se realiza o comércio com o exterior, e também como local de residência dos proprietários dos imensos vinhedos da zona, já então produtora de vinho.
À custa de árduo labor, os campos de lava transformam-se em pomares e vinhedos. O verdelho do Pico tem, durante mais de duas centenas de anos, fama internacional, sendo apreciado em vários países, nomeadamente na Inglaterra, Américas e Rússia, onde chegava à mesa dos czares. O ataque do oídio, em meados do séc. XIX destrói as vinhas. A recuperação é lenta e faz-se à base de novos bacelos.
A presença dos baleeiros americanos nas águas dos Açores desde o final do séc. XVIII introduz um novo pólo de atividade na ilha – a caça do cachalote – que representou, durante cerca de século e meio uma importante fonte de riqueza para a ilha. Com a interdição da caça à baleia, desencadeia-se outra atividade, que irá potenciar e levar o nome do Pico aos quatro cantos do Mundo: o Whale Watching.
O séc. XXI traz, igualmente, grande desenvolvimento para a ilha, com requalificação de estruturas e o início das ligações aéreas diretas com Lisboa.
É um século igualmente de afirmação da ilha e das riquezas naturais que possui, com a classificação pela UNESCO como Património da Humanidade da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, em 2004.
Queijo
O famoso «Queijo do Pico», de formato achatado, casca amarelada e polpa suave ligeiramente amanteigada, com um toque de mel, é o prenuncio ou o final de uma «viagem» ao que de melhor se pode degustar na ilha montanha. Degusta-se também como queijo fresco, complementado por massa de pimentão com um toque picante;
Mariscos
Lapas, cracas, caranguejos fazem parte dos «frutos do mar» do Pico;
Bolo de milho
Tendo por base farinha de milho escaldada em água a ferver e cozido em forno de lenha quente, é o acompanhamento perfeito de muitas das iguarias típicas da ilha, seja carne ou peixe;
Linguiça com inhames
Enchido típico de carne de porco, acompanhado de inhame;
Sopas do Espírito Santo
Compostas por carne de vaca cozida por algumas horas com bastantes condimentos. Posteriormente, o caldo da cozedura é coado e verte-se em cima de pedaços de pão dispostos dentro de uma terrina, entremeado com folhas de hortelã. A carne cozida é servida à parte, guarnecida com legumes;
Molha de Carne
No Pico, tradicionalmente é de vaca, cozida lentamente com bastantes condimentos, acompanhada de batata cozida ou pão. Em tempos idos, e em casas mais modestas, era o prato servido pelo Natal;
Caldo de peixe
Reza a tradição que, quanto maior for a variedade de peixe, maior a sua riqueza em sabor. Acompanhado por «molho cru», batata branca cozida ou sopas de pão entremeadas com folhas de hortelã e regadas com o caldo da cozedura. O caldo bebe-se à parte numa tigela ou caneca de barro;
Bolo de Véspera
Parte integrante da doçaria tradicional do Pico, distribui-se a todos os presentes por ocasião das Festas do Espírito Santo. Tem por base farinha de trigo, ovos, açúcar, leite, manteiga, banha, fermento e sal. É confecionado através de um processo moroso, uma vez que a massa tem que ser bem sovada até ficar macia. O bolo é marcado seis vezes a partir do centro pelo “chavão”, com símbolos alusivos ao Espírito Santo e a quem os faz. Em algumas freguesias, é utilizado o utensílio “repenicadeira” que serve para desenhar decorações no bolo. Denominam-se desta forma porque são feitos três dias antes das festas e entregues na véspera;
Rosquilhas
Frequentes nas Festas em Louvor do Divino Espírito Santo, tal como os Bolos de Véspera, são distribuídas a todos quantos comparecem na festa. Estas rosquilhas têm por base farinha de trigo, ovos, açúcar, banha, manteiga, leite e fermento. Depois de bem amassadas, são feitos os “pelões” e talhadas. Antes de irem ao forno são cortadas. Tradicionalmente cozidas em forno de lenha, ao saírem deste, ainda quentes, são generosamente untadas com manteiga;
Arroz doce
Tradicionalmente servido como sobremesa por ocasião das Festas em Louvor do Divino Espírito Santo. Tem por base arroz, leite gordo, açúcar, canela, casca de limão e ovos;
Vinhos
Produtor de vinho por excelência, o homem do Pico soube, ao longo das gerações, extrair das uvas o seu melhor néctar. Seja ele de mesa tinto ou branco, proveniente de castas híbridas americanas ou europeias, ou como aperitivo, o afamado Verdelho, que levou o nome do Pico aos Czares da Rússia;
Licores
Provenientes das frutas e ervas aromáticas empregando conhecimentos ancestrais, antigamente servidos pelo Natal ou por ocasiões festivas, o leque é diverso: amora, tangerina, néveda, funcho, passando pelo caroço de nêspera, pelo maracujá e pela uva;
Aguardente
Pacientemente destiladas nos alambiques após processo de fermentação de frutas e aproveitamentos destas, são o remate final de refeições copiosas ou o motivo de convívio. No Pico, as opções são diversas.
FESTAS EM LOUVOR DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. Nas várias localidades de cada ilha existe pelo menos um “Império do Divino Espírito Santo” – designação de um pequeno templo de tipologia única – com a respetiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular. Celebram a terceira pessoa da Santíssima Trindade onde o espírito comunitário e de partilha traduz a verdadeira natureza destas celebrações…” uma festa do Povo para o Povo”.
Localização: Todo o arquipélago;
Datas: De Maio a Setembro, com especial ênfase no sétimo domingo depois da Páscoa;
Entidade Responsável: Irmandades do Espírito Santo;
FESTA DE SANTA MARIA MADALENA
Acontecimento religioso e profano que pretende homenagear a Padroeira do Concelho, realizando-se, em paralelo, concertos musicais e atividades desportivas e culturais.
Localização: Madalena;
Datas: 22de Julho, dia de celebração religiosa; os dias profanos variam, mas sempre antes ou depois de 22 de Julho;
Entidade Responsável: Câmara Municipal Comissão de Festas.
SEMANA DOS BALEEIROS
Padroeira dos baleeiros, o culto a Nossa Senhora de Lourdes remonta a 1883. Passando a denominar-se «Semana dos Baleeiros» a partir de 1986, este evento é uma homenagem a todos os que desempenharam esta atividade. As manifestações de carácter religioso mantêm-se praticamente intactas desde os primórdios da sua invocação, culminando na procissão e Homilia na «Pesqueira». No decorrer da semana, as manifestações profanas vão desde provas desportivas a concertos com artistas nacionais.
Localização: Lajes;
Datas: última semana completa de Agosto;
Entidade Responsável: Câmara Municipal – Comissão de Festas.
CAIS AGOSTO
Decorre no último fim-de-semana de julho, tendo como principal atração grupos musicais vindos do continente português, para além de, durante o dia, decorrerem provas desportivas, exposição de artesanato e de atividades económicas.
Localização: São Roque;
Datas: 26 a 29 de Julho;
Entidade Responsável: Câmara Municipal-Comissão de festas.
FESTAS DO BOM JESUS MILAGROSO
Festa religiosa de grande importância, sobretudo no grupo central do arquipélago. Realiza-se no seu Santuário, em São Mateus do Pico, e, durante três dias, a imagem do Senhor Bom Jesus Milagroso é venerada por alguns milhares de peregrinos que ali acorrem, vindos de todo o arquipélago, bem como muitos emigrantes que ali vêm pagar as suas promessas.
Localização: São Mateus;
Datas: 6 de Agosto;
Entidade Responsável: Comissão de Festas.