A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas anunciou na quinta-feira, em Ponta Delgada, que os Açores têm uma receita total de quase mil milhões de euros no setor turístico (valores diretos, indiretos e induzidos), representando atualmente 17% do emprego, 17% do PIB (Produto Interno Bruto) e quase 20% do VAB (Valor Acrescentado Bruto).
Berta Cabral falava na rubrica “À Conversa com..”, moderada pelo jornalista da TVI Paulo Salvador, no segundo dia dos trabalhos do Azores Tourism Summit 2024 (ATS24), que decorre até domingo.
Os números divulgados hoje pela governante fazem parte do Estudo Macro Económico do Turismo nos Açores, encomendado pela Direção Regional do Turismo e realizado pela Ernst &Young que vai ser apresentado no encontro regional do setor.
“Estes números provam, como temos vindo a referir, que o turismo é um grande motor da economia açoriana. Temos outros, porque felizmente nos Açores não vivemos apenas do turismo. Temos setores produtivos e setores industriais que contribuem em muito para a economia das nossas nove ilhas”, adiantou.
Berta Cabral sublinhou que “o Turismo nos Açores é único, é singular e tem muito para oferecer ao longo de todo o ano e em todas as ilhas”.
E prosseguiu: “Somos um único destino, com nove sub-destinos. Somos nove ilhas e cada uma delas tem valor para oferecer, tem turismo de qualidade para oferecer a quem nos visita e durante todo o ano”.
A Secretária Regional aproveitou a oportunidade para recordar que, em 2023, o turismo nos Açores cresceu 15,8% em dormidas e quase 24,8% nas receitas para defender que “um destino que sobe mais nas receitas do que nas dormidas é um destino sustentável, um destino que está continuamente a criar valor, porque está a crescer mais em qualidade do que em quantidade”.
“Esse é o nosso principal indicador. Enquanto crescermos mais nas receitas do que no número de hóspedes, sabemos que estamos a crescer mais em valor e que temos de oferecer mais valor para que as pessoas considerem que o destino é competitivo”, frisou.
“O turismo nos Açores tem que ser sempre competitivo no valor que oferece, nos produtos que tem para oferecer aos nossos turistas, nos recursos que são alocados a esses produtos, preservando aquilo que é essencial: os nossos recursos, que são necessários para os turistas que nos visitam ao longo de todo o ano e todos os anos”, acrescentou ainda.
“Temos que continuar a ser um destino com retorno económico, com qualidade, com turistas que deixem valor nas nossas nove ilhas, por forma a preservarmos a nossa atividade económica ligada ao turismo, porque os nossos empresários investiram e querem ver o retorno desse investimento”, referiu.
A sustentabilidade é o pilar do crescimento do turismo nos Açores e dessa premissa a secretária da tutela não abre mão.
Além de referir que o turismo é a grande alavanca da economia açoriana, cujo crescimento sustentável permite o desenvolvimento dos restantes setores, Berta Cabral reforça a ideia de que este setor tem uma variedade imensa de oferta ao longo do ano: “Temos a Natureza Terra, a Natureza Mar e a Natureza Humana- identidade”, justificou.
O ATS24 reúne cerca de 250 profissionais do turismo, incluindo jornalistas e especialistas nacionais e internacionais, para discutir temas essenciais no setor, com especial ênfase na sustentabilidade.
Paralelamente às conferências, há uma área expositiva com 32 stands e 10 módulos institucionais para promoção dos serviços e projetos relacionados com o setor do turismo, com foco na Região.
Pretende-se com esta exposição mostrar os serviços e projetos existentes nos Açores, assim como os seus benefícios económicos e sociais.
Esta é também uma oportunidade de incentivar os açorianos a realizarem viagens interilhas na época baixa ou usufruírem de experiências únicas na própria ilha, com acesso a preços especiais, contribuindo-se assim para um dos desígnios do PEMTA2030 no que se refere à distribuição de fluxos pelas ilhas e na atenuação da sazonalidade.
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