A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu hoje, em Ponta Delgada, que o Alojamento Local “teve um papel determinante na rápida resposta à procura e, muito em particular, num processo contínuo de elevação qualitativa da oferta e do produto” regionais.
Berta Cabral, que falava em representação do Presidente do Governo dos Açores, na sessão de abertura do 3.º Encontro de Alojamento Local dos Açores, que decorre no Teatro Micaelense, sublinhou o facto de esta tipologia de alojamento, entre janeiro e novembro de 2024, ter acolhido mais de 1,7 milhões de dormidas, representando 37% da procura, assegurando uma estada media de quase quatro noites, superior à média regional.
“Já são mais de 23.000 camas disponíveis, ou seja, 58% da oferta total na Região, que atualmente supera as 40.000 camas. Esta importância quantitativa do Alojamento Local é indesmentível, mas é apenas a face mais visível dos impactos que tem tido no desenvolvimento do setor do turismo e da economia das nossas ilhas”, frisou.
A governante sublinhou o facto de ser “cada vez mais reconhecido o papel do Alojamento Local na democratização do rendimento, na criação de emprego e autoemprego, na reabilitação urbana, no estímulo a novos negócios de apoio, na dispersão de fluxos turísticos por áreas periféricas das ilhas e, até, na valorização e manutenção da identidade território” açoriano.
Ademais, prosseguiu, esta tipologia de alojamento “é a que melhor se adequa a algumas das ilhas e freguesias açorianas, funcionando como um mecanismo de valorização da Natureza Humana, tão relevante na estratégia de desenvolvimento e diferenciação turística” dos Açores.
Berta Cabral recordou que o número de camas no Alojamento Local cresceu acima de 13% em 2024, representando um incremento de 2.754 camas face a 2023, em ano quem já tinha sido registado um crescimento de 2.761 camas.
Neste sentido, disse ser “inevitável que o setor do Alojamento Local promova uma sistemática autoavaliação dos resultados obtidos e dos equilíbrios dinâmicos entre oferta e procura, sem negligenciar o incremento competitivo que existe em setores com esta pujança de desenvolvimento”.
“Exige-se cada vez mais que os estabelecimentos, os empresários e as empresas de alojamento fortaleçam os seus níveis de profissionalismo, de mobilização coletiva e de integração na cadeia de valor tradicional do turismo, contribuindo para a consolidação da qualificação do setor e, também, para a sua inovação processual e tecnológica”, disse.
A Secretária Regional da tutela defendeu como “fundamental” a “promoção de uma robusta aproximação entre diversos agentes do mercado, facilitando a interação e o desenvolvimento de projetos conjuntos entre o Alojamento Local e os operadores turísticos”.
“A dimensão que o Alojamento Local representa atualmente na nossa oferta é muito relevante em processos de negociação internacional, de atração de companhias aéreas e de desenvolvimento de redes de distribuição, que podem contribuir para uma melhor distribuição de fluxos turísticos pelo território e ao longo do ano”, vincou.
O Alojamento Local “ganhou uma voz por direito próprio e, com isso, a responsabilidade de ser um parceiro ativo, construtivo e positivo para o desenvolvimento do turismo e da economia da Região”, prosseguiu, afirmando ainda que “o Governo dos Açores tem bem presente esta importância para o destino e esta necessidade de potenciar, cada vez mais, as boas práticas do setor”.
A governante referiu, por outro lado, que o lançamento do novo Portal do Turismo acolhe uma pretensão dos empreendedores do Alojamento Local, uma vez que passou a existir uma georreferenciação centralizada de todos os estabelecimentos licenciados, garantindo visibilidade e credibilidade à nossa oferta de AL em todas as ilhas.
Berta Cabral recordou também que o Governo dos Açores se manifestou contra a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local e desencadeou os mecanismos certos para inviabilizar a sua aplicação nos Açores no ano passado, ainda antes de ter sido eliminada a nível nacional.
Além disso, também promoveu “uma auscultação ativa e crítica dos desejos e das observações do setor, encarando-o como um parceiro importante no processo de planeamento e decisão”.
“Acreditamos que esta atuação colaborante com parceiros-chave é a melhor forma de garantirmos um desenvolvimento turístico harmonioso que nos conduza ao objetivo de ter turismo todo o ano em todas as ilhas”, afirmou.
Berta Cabral lembrou que 2024 foi “um ano verdadeiramente de ouro no turismo dos Açores, sendo que este setor já representa cerca de mil milhões de euros na economia, ou seja, 20% do VAB, 17% do emprego e 17% do PIB”.
Em 2024, a Região ultrapassou, pela primeira vez na história, os quatro milhões de dormidas e os 180 milhões de euros nas receitas totais da hotelaria, numa altura em que ainda falta conhecer as estatísticas do mês de dezembro.
Num ano histórico para o turismo açoriano, atingiu-se o Nível Ouro na certificação como “Destino Sustentável” e o patamar de “Melhor Destino de Turismo de Aventura do Mundo” e “Melhor Destino de Turismo de Aventura da Europa”, pelos World Travel Awards.
“É com enorme orgulho que todos podemos afirmar, sem reservas e com grande entusiasmo, que estamos na elite do turismo mundial e a surpreender o turismo nacional. Esta consagração e todo o caminho que já percorremos e o que ainda queremos percorrer, tem uma marca indelével dos nossos empresários, das nossas empresas, dos nossos pequenos negócios, muitos dos quais são de Alojamento Local”, concluiu Berta Cabral.
© Governo dos Açores | Fotos: Hugo Moreira/Fernando Resendes