Faial

Informações

Ilha do Faial

Geografia

A ilha do Faial é a quinta em dimensão no Arquipélago, com uma área de 173,06km2. Tem a forma de um pentágono irregular, com 21km de comprimento, no sentido este-oeste, e 14km de largura, no sentido norte-sul. Dominada pelo cone vulcânico da Caldeira, que se espraia em declives suaves, interrompidos por formações vulcânicas secundárias, a Ilha tem a sua altitude máxima no Cabeço Gordo, com 1042,63 m.

Outras Informações

O casamento da filha de D. João I, D. Isabel, com Filipe, o Bom, duque de Borgonha, levou a que os laços entre Portugal e Flandres fossem reforçados. Este facto explica o envovimento de muitos flamengos no povoamento dos Açores.

Josse van Huertere, um fidalgo flamengo, após saber do descobrimento das ilhas, obteve de D. Afonso IV, em 1466, autorização para povoar a ilha do Faial, para onde partiu com mais 15 compatriotas, alegando a existência de prata, estanho e outros metais preciosos.

Todos eles fugiam da guerra que afetava a Flandres, procurando melhores condições de vida. Após comprovada a inexistência dos tais metais preciosos, e fugindo à fúria daqueles que o seguiam, Josse van Huertere fugiu para Lisboa, onde, com a intervenção de D. Isabel, Duquesa de Borgonha, obteve, a 21 de fevereiro de 1468, a capitania do Faial. Feito isto, regressou à Ilha, acompanhado de mais flamengos, que se instalaram na Lomba dos Frades (Praia do Almoxarife). Aí, sentiram falta de água potável e optaram por se mudar para um vale interior, hoje, denominado por Vale dos Flamengos.

Não dispondo de um porto próximo, deslocou-se então um grupo para a zona da Conceição e outro para as Angústias, mais propriamente para a área do Porto Pim, dando origem à futura cidade da Horta.

Por volta de 1470, chegou ao Faial mais um grupo de flamengos, liderados por Wilhelm van der Haegen, trazendo com eles as primeiras sementes de pastel (planta tintureira da qual os tecelões obtinham a cor azul) e cujo cultivo permaneceu rentável até 1700.

Um conflito com Josse van Huertere fez com que ele se afastasse da Ilha, fazendo-o passar pelo restante Arquipélago até se fixar na ilha das Flores e aí desencadear o seu povoamento.

A imigração flamenga foi sempre acompanhada por portugueses, vindos do continente e de outras ilhas, pelo que, em 1507, a língua flamenga já tinha sido absorvida pelo português.

Em 1583, na continuação da ocupação dos Açores, iniciada com o desembarque na ilha Terceira, uma frota espanhola dirigiu-se ao Faial. Um corpo de homens de armas desembarcou na zona do Pasteleiro (Angústias) e travou uma luta com os seus defensores, reforçados por soldados franceses, acabando por conquistar a Ilha. Seguiram-se os corsários ingleses, que causaram grandes danos, e o sismo de 1672, que provocou importantes destruições.

No séc. XIX, o Faial participou ativamente nas lutas que opuseram os liberais aos absolutistas, acabando por decidir-se a favor dos primeiros, e vindo a receber a visita de D. Pedro IV em 1832. Para além de valorosos combatentes, o Faial contribuiu para a causa liberal com um arsenal que serviu para abastecer a frota que viria a desembarcar no Mindelo. A sua posição no Atlântico e a existência de um porto abrigado atraiu, até cerca de 1860, os navios do comércio da laranja e os baleeiros americanos, que vinham reabastecer-se. No séc. XX, foi um importante centro das ligações por cabo submarino e participou nos primeiros passos da aviação.

O Faial, hoje, é uma ilha em desenvolvimento, com uma economia baseada na agricultura, na pecuária, nos lacticínios, na pesca, no comércio e no turismo.

A gastronomia do Faial não difere muito da das restantes ilhas do Arquipélago. A utilização de peixe e marisco deve-se ao facto de ser uma ilha “voltada para o mar”, embora as carnes sejam também uma tradição da sua gastronomia.

Queijos da Ilha
Na ilha do Faial, produzem-se vários tipos de queijo, sendo todos eles feitos com leite de vaca pasteurizado:
Ilha Azul – é um queijo gordo, curado, de pasta semidura, de textura macia e amanteigada. O seu formato é redondo e ligeiramente achatado nos polos;
Capelinhos – tem uma cura mínima de quatro meses e é de pasta semidura e cor amarelada;
Moledo – é um queijo curado, de pasta mole, e disponível em formato pequeno e grande;
Morro – é de fabrico artesanal, de pasta mole e amanteigada, existindo também numa versão com alho e ervas.

Caldeirada de peixe
Prato típico açoriano, é confecionada com vários tipos de peixe, como garoupa, cherne ou pescada, batatas, cebola e outros condimentos.

Caldo de Peixe
Caldo confecionado com várias espécies de peixe, como goraz, bicuda, sargo, tainha, garoupa ou lírio, e temperado com ervas aromáticas da Região, vinho de cheiro, pimenta da terra, entre outros.

Polvo guisado com vinho tinto
O polvo é guisado em vinho tinto ou de cheiro, com malagueta, entre outros condimentos, e é acompanhado com batata branca, arroz branco ou então consumido como petisco.

Lapas grelhadas
Petisco de marisco, popular nos Açores, em que as lapas são grelhadas, contendo ingredientes como alho fino, malagueta, margarina e sumo de limão.

Arroz de lapas
Prato em que o miolo da lapa é separado da sua concha e são servidas juntamente com o arroz, o qual é temperado com azeite, cebola, alho, polpa de tomate e pimenta da terra.

Torresmos de pele
A pele do porco é frita em banha até chegar ao ponto de se tornar crocante, sendo idealmente servido em pequenos cubos, como aperitivo.

Torresmos de vinha-d’alhos
Pedaços do entrecosto de porco fritos em banha e previamente temperados com alho, malagueta, vinho e sal, idealmente servidos com batata, arroz branco, inhame ou pão de milho.

Caçoila
Típico do tempo em que faziam a “matança do porco”. É um prato de carne de porco, refogada em cebola, alho, folha de louro e banha, adicionando-se depois, batatas em cubos e, no final, arroz cozido. Temperado com pimenta em grão, sal, canela, malagueta e vinho tinto.

Linguiça com inhames
Um dos pratos mais tradicionais dos Açores, sendo este um enchido típico da Região, feito principalmente na altura de “matança do porco”, a partir de carne partida em pequenos cubos, marinada numa vinha-d’alhos, com que depois se enche a tripa. É servida com inhame, um tubérculo muito usado nos Açores como acompanhamento nas refeições.

Morcela com batata doce
Enchido típico também da “matança do porco”, onde se aproveita o sangue do porco, juntando cebola em rama, malagueta, pão ralado e sal. A tripa do porco é usada também na morcela: depois de bem lavada, é recheada com o preparado anterior. É cozida num recipiente de grandes dimensões e posteriormente frita e servida com a batata doce.

Sopas do Espírito Santo
Prato tradicional com o mesmo nome das festividades em homenagem ao Divino Espírito Santo, compostas por pratos de carne, legumes e pão, que é ensopado com o caldo em que se cozeram as carnes.

Galinha com debulho
Prato típico do dia de Natal, consiste em utilizar os miúdos da galinha para fazer o recheio, ou debulho, que acompanha a galinha assada.

Molha de carne
Prato de carne de vaca, típico das ilhas do Faial e Pico. A carne é cozida num recipiente de grandes dimensões, onde se adicionam batatas, cebola, alho, banha, malagueta e vinho tinto, sendo cozida lentamente até todos os ingredientes ficarem no ponto.

Filhoses
Doce típico da Região na época do Carnaval. São como pastéis doces envolvidos em açúcar e canela.

Coscorões
Doce tradicional da Região, típico do período do Carnaval, são tiras de massa frita com uma textura crocante, polvilhadas de açúcar e canela.

Fofas
Doce típico da ilha do Faial somente confecionado durante o Carnaval. É composto por uma massa que é aromatizada com sementes de funcho e que, por sua vez, é recheada com creme de limão ou baunilha.

Massa sovada
Pão doce, típico dos Açores, confecionado com farinha, açúcar, manteiga, levedura e ovos, entre outros ingredientes. É típico das festividades do Espírito Santo.

Bolo de milho
Pão de formato redondo e achatado, feito à base de farinhas de milho e trigo escaldadas, e temperado com sal. O seu cozimento tradicional é feito em forno de lenha, mas há quem o faça em frigideira. Tem uma textura macia e um sabor adocicado.

A ilha do Faial tem vários eventos populares e religiosos que, com o seu carácter tradicional, contribuem para a sua identidade cultural. Estas atividades são:

Primeiro banho do ano
Tradição organizada inicialmente por um grupo local de banhistas. O primeiro banho, ou primeiro mergulho do ano, realiza-se na Praia do Porto Pim na manhã do primeiro dia do ano.
Localização: Horta, Praia do Porto Pim
Data: 1 de janeiro
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta/ Grupo de Banhistas.

Dias de amigos, amigas, compadres e comadres
Tradição açoriana associada aos preparativos para o Carnaval. As quatro quintas-feiras anteriores ao Carnaval são dedicadas a um encontro diferente entre amigos e amigas, compadres e comadres, respetivamente, onde se celebra a amizade ao redor de uma mesa recheada de iguarias. São noites especiais onde a liberdade que é própria do espírito carnavalesco alegra os restaurantes e ruas do Faial.
Localização: Toda a Ilha
Data: quintas-feiras, começando na quarta semana antes do Carnaval
Entidade responsável: restaurantes, discotecas, grupos desportivos

Carnaval
Época que antecede a Quaresma, exclusivamente dedicada ao divertimento. Festejos onde se encarnam outras personalidades ou simplesmente se usam máscaras para cobrir a cara. Os participantes deslocam-se de freguesia em freguesia para participar nos vários bailes, “assaltos”, matinés e desfiles.
Localização: Toda a Ilha
Data: sexta a terça-feira, normalmente em fevereiro
Entidade responsável: Grupos desportivos, Juntas de Freguesia, sociedades filarmónicas

Triatlo Peter café sport
Evento desportivo onde se destacam provas como Windsurf, BTT e Kayak, realizado ao longo das 3 “ilhas do triângulo”: Faial, Pico e São Jorge.
Localização: Faial, Pico e São Jorge
Data: abril (sujeito a alterações)
Entidade responsável: Peter Café Sport

Ultra Blue Island/ Triangle Adventure
Evento desportivo que integra as provas de trail nacionais em que participantes de todo o mundo percorrem dezenas de quilómetros na ilha do Faial.
Localização: Faial / Faial, Pico e São Jorge
Data: maio / outubro
Entidade responsável: Azores Trail Run

Rally Ilha Azul
Prova integrada no circuito de rallies açorianos que, de ano para ano, vem ganhando mais importância e novos adeptos.
Localização: Faial
Data: junho
Entidade responsável: Clube Automóvel do Faial

Dia da cidade – Aniversário da cidade da Horta
Evento que celebra a elevação da Horta de vila a cidade em 4 de julho de 1833. Assim, todos os anos, a 4 de julho, celebra-se o aniversário da cidade com concertos, filarmónicas, desfiles, folclore e outros entretenimentos, tudo isto acompanhado dos bons petiscos tradicionais.
Localização: Horta
Data: 4 de julho
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta

Semana do Mar
Maior festa da Ilha, dedicada aos homens do mar. A sua origem está relacionada com a regata Portsmouth – Horta, realizada em 1975. Desde então, é uma das maiores referências na animação de verão no Arquipélago e um grande festival náutico. Mas, para além do mar, também há atividades em terra, como desfiles de filarmónicas, grupos folclóricos, grupos de cantares, concertos de bandas nacionais e internacionais, feira do livro, exposições, corso etnográfico, entre outros. Tudo isto acompanhado pelas iguarias gastronómicas da Ilha.
Localização: Horta
Data: primeiro ao segundo domingo de agosto
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta

Noite das montras
Integrada nas festividades Dezembro em Festa, a Noite das Montras conta com um vasto programa, que vai desde concurso de sopas a concertos, desfiles e tasquinhas com petiscos. O destaque deste evento é entre o comércio tradicional, onde as montras da cidade ganham um brilho diferente, disputando entre si o prémio pela originalidade.
Localização: Horta
Data: 8 dezembro
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta e Câmara de Comércio e Indústria da Horta

Passagem de ano
Os faialenses juntam-se em sociedades e outros centros de convívio para celebrar a passagem do ano ao som da animação proporcionada pelos vários grupos de baile que atuam para animar esta noite especial. Quando há fogo-de-artifício, o palco é a Avenida 25 de Abril, onde se reúnem várias centenas de pessoas para assistirem ao espetáculo e “partirem o ano”.
Localização: Horta
Data: 31 de dezembro a 1 de janeiro
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta (CMH)

Festas do Espírito Santo
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de uma para outra, e até dentro da mesma. Todas as freguesias têm uma capela, chamada Império, com a respetiva irmandade. São um dos traços mais marcantes da identidade açoriana, constituindo um culto que, para além de marcar o quotidiano insular, determina traços identitários que acompanham os açorianos para todos os lugares aonde a emigração os levou. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnografia insular. A procissão, com os seus símbolos (coroa, salva e cetro), realiza-se desde a casa do mordomo até ao império, que é o ponto de maior importância nesta festividade, local onde o mordomo oferece aos seus convidados uma refeição constituída por sopas do Espírito Santo, carne cozida, massa sovada, vinho e, dependendo da parte da ilha, também carne assada e arroz doce.
Localização: Por toda a Ilha
Datas: abril a agosto – com principal destaque para o domingo de Pentecostes, 2ª, 3ª de Espírito Santo e domingo da Santíssima Trindade – Entre o 7º e 8º domingo após a Páscoa
Entidade responsável: Irmandades do Espírito Santo

Santos padroeiros
Todas as freguesias têm o seu santo padroeiro, um símbolo de devoção. Assim, todos os anos, e principalmente entre os meses de maio e setembro, celebram-se festas em honra destes, havendo sempre uma parte religiosa e outra profana, das quais fazem parte a procissão, a missa, o arraial com arrematações, quermesse, tasquinhas, atuação de filarmónicas e bailes
Localização: Por toda a Ilha
Data: Todo o ano
Entidade responsável: Comissão de festas de cada paróquia

Nossa Senhora das Angústias
É a maior festa religiosa da Ilha e a padroeira do Faial. Este culto data da época do povoamento do Faial, quando D. Brites de Macedo mandou erigir a primitiva ermida e lá colocou a imagem de Nossa Senhora das Angústias, que trouxe da Flandres.
Este evento tem uma vertente religiosa, com procissão e missa, e uma profana, com atuação de filarmónicas, grupos de cantares, folclore, concertos, entre outros entretenimentos.
Localização: Angústias
Data: 6º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Comissão de festas da igreja das Angústias

Festas de São João
As festividades em honra de São João são realizadas um pouco por toda a Ilha, mas é no Largo Jaime de Melo que se festeja com mais intensidade por ser o lugar onde se encontra a ermida de São João. Durante estes dois dias, há concertos, atuação de filarmónicas, grupos folclóricos, grupos de cantares, desfile de marchas, fogueira e as tasquinhas com sardinhas assadas e muitos outros petiscos tradicionais.
Localização: Largo Jaime de Melo, Flamengos e restante ilha
Data: 24 de junho
Entidade responsável: Câmara Municipal da Horta

Scroll to Top
Skip to content