Graciosa

Informações

Ilha Graciosa

Geografia

A ilha Graciosa apresenta uma forma oval. É a segunda ilha mais pequena do arquipélago dos Açores e a mais setentrional das ilhas do Grupo Central. Conta com 60,66 Km2 de superfície, 12,5 km de comprimento e 7 km de largura máxima. O comprimento total da sua linha de costa é de cerca de 39 km. Pouco montanhosa e de relevo menos acidentado, eleva-se até à altitude máxima de 405 metros no bordo sul da Caldeira.

Outras Informações

A data do seu descobrimento é incerta, embora seja provável que tenha ocorrido por iniciativa de mareantes vindos da vizinha ilha Terceira. De seguro, sabe-se que recebeu gado por ordem do infante D. Henrique e que, em meados do séc. XV, já possuía povoadores, tendo sido Vasco Gil Sodré, natural de Montemor-o-Velho, acompanhado pela família e criados, o pioneiro e desbravador da Ilha. Este ergueu a sua casa no Carapacho, local onde aportou. Apesar de ter feito diligências para que lhe fosse feita a doação da Ilha e de ter construído uma alfândega, a capitania da parte norte da Ilha veio a ser entregue a Pedro Correia da Cunha, concunhado de Cristóvão Colombo, e a da parte sul a Duarte de Barreto.

O aumento da população, vinda, segundo alguns historiadores, das Beiras, do Minho e também da Flandres, bem como a prosperidade da Ilha, levaram a que Santa Cruz recebesse foral de vila, em 1486, e que igual mercê fosse dada à Praia em 1546.
Dedicando-se, desde o início, à agricultura e ao plantio da vinha, a Graciosa exportava, já no século XVI, trigo, cevada, vinho e aguardente. Com uma economia predominantemente agrícola, e realizando todo o seu comércio com a ilha Terceira, que dispunha de porto frequentado por navios de grande porte e era o centro económico e administrativo, a Graciosa sofreu ataques e pilhagens de corsários durante os séculos XVI e XVII.

Queijadas da Graciosa
Inspirada na receita das covilhetes de leite, esta queijada é um doce típico da Ilha, com capa em forma de estrela e recheio com subtil sabor a canela. É um autêntico ex-libris da Graciosa.

Alho da Graciosa
O Alho da Graciosa distingue-se dos restantes pela sua casca vermelha e pelo aroma e paladar mais intensos. Foi conferida, a nível nacional, ao Alho da Graciosa a classificação de Indicação Geográfica Protegida, que garante qualidade e delicadeza do produto.

Mariscos
Lapas, cracas, lagostas e cavacos existem em grande abundância nesta ilha.

Molho à Pescador
Confecionado com peixe fresco, pescado na costa graciosense, este prato é uma variante do caldo de peixe e caracteriza-se pela mistura do caldo da cozedura do peixe com molho cru, temperado com o típico Alho da Graciosa, açaflor, salsa e cominhos.

Meloa da Graciosa
De casca rugosa e amarela, interior de cor verde e sabor singular, a meloa da Graciosa distingue-se das restantes pela doçura que adquire devido às características particulares do solo e da fraca pluviosidade verificada na Ilha.

Vinho
Produzido, maioritariamente, a partir da casta tradicional verdelho, do qual se obtém ainda aguardente vínica, angelica e outros licores.

Festas do Espírito Santo

Em todas as ilhas dos Açores, e nas comunidades açorianas espalhadas pelo mundo, mantêm-se vivas as festividades em honra do Divino Espírito Santo. Esta celebração, dedicada à terceira pessoa da Santíssima Trindade, decorre no sétimo domingo após a Páscoa, dia de Pentecostes.

Na ilha Graciosa, estas festividades estendem-se ao longo de várias semanas. Durante esse período, as coroas e bandeiras do Espírito Santo são levadas de casa em casa, num gesto simbólico de fé. Em cada lar que acolhe as insígnias, reza-se diariamente o terço e entoam-se cânticos religiosos em sua honra.

No dia de Pentecostes, realizam-se seis bodos nas freguesias da Ilha, durante os quais se distribuem as tradicionais esmolas a todos os irmãos. Estas consistem numa porção de carne de vaca, um pão de cabeça e vinho de cheiro. Também neste dia, há um cortejo que, após sair da igreja, se dirige ao Império, onde as coroas e as bandeiras são colocadas em exposição. No Império, são também arrematadas oferendas, que geralmente incluem gado, alfenim, massa doce e arroz-doce.

Na casa do mordomo – a pessoa responsável pela preparação de toda a festa –, ou no salão da freguesia, é servido o tradicional almoço: as típicas Sopas do Espírito Santo, acompanhadas de carne cozida ou sandes de carne e vinho de cheiro. Para sobremesa, não faltam a massa doce e o arroz-doce. A animação fica a cargo das filarmónicas ou dos foliões.

Nos dias que antecedem o bodo, a população une-se também na preparação das rosquilhas, símbolo desta época. Em alguns casos, estas são cozidas nas padarias locais, que contribuem deste modo para preservar esta tradição na Ilha.

Esta celebração é mais do que um ato religioso, é a expressão viva da identidade cultural graciosense e açoriana, um legado passado de geração em geração, num espírito de fé e de partilha.

Localização: Toda a Ilha
Datas: De maio a setembro, com especial ênfase no sétimo domingo após a Páscoa
Entidade Responsável: Irmandades do Espírito Santo

Carnaval na Graciosa
O Carnaval da Graciosa destaca-se dos restantes devido à sua longa duração: têm início no final de dezembro, intensificando-se nas últimas três semanas anteriores ao dia de Carnaval. É uma manifestação popular aberta a todos, que se desenrola nas sedes das coletividades locais, com bailes, danças de salão e fantasias. Estas decorrem por toda a Ilha até de madrugada, sendo tradição percorrer, na mesma noite, vários bailes. Anualmente, são apresentados cerca de 20 trajes diferentes, na Semana de Carnaval, confecionados por costureiras locais, sendo preparadas coreografias e apresentadas nos salões de diferentes coletividades locais.

Localização: Ilha Graciosa
Data: Final de Dezembro – Semana de Carnaval
Entidade Responsável: Coletividades locais

Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres
As festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, para além da sua componente religiosa, incluem um conjunto de manifestações de caráter popular, das quais fazem parte espetáculos musicais, exposições, desfiles, atividades desportivas, touradas à corda e touradas de praça, entre outras.

Localização: Ilha Graciosa
Datas: Agosto
Entidade Responsável: Comissão de Festas

Graciosa Sound Fest
Inserido nas Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, o Graciosa Sound Fest é um evento musical que conta com a participação de bandas regionais e nacionais, bem como de DJ’s. Este Festival realiza-se num recinto fechado, na zona da Pesqueira, e tem a duração de quatro dias.

Localização: Ilha Graciosa
Datas: Agosto
Entidade Responsável: Comissão de festas

Em setembro de 2007, a ilha Graciosa foi classificada como Reserva da Biosfera, passando a fazer parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO – United Nations, Educational, Scientific and Cultural Organization por decisão do Bureau do Conselho Internacional de Coordenação do Programa MaB (O Homem e a Biosfera).

Este reconhecimento reflete as características ambientais, patrimoniais e culturais particulares da Graciosa, de que são exemplo: os Ilhéus da Praia e de Baixo, onde nidificam colónias de aves marinhas; a Furna do Enxofre, reconhecida pela sua imponente caverna lávica, caracterizada por ter um teto em forma de abóbada perfeita; a casa graciosense e a arquitetura da água, que tornam a arquitetura da Ilha única.

Para realçar os produtos locais das Reservas da Biosfera, foi criada a marca Biosfera Açores. Dos produtos graciosenses registados, destacam-se as Queijadas da Graciosa, doce típico da Ilha reconhecido pelo seu sabor inconfundível, e o vinho branco denominado de Pedras Brancas.

Esta distinção reforça o compromisso da Ilha com a sustentabilidade, a preservação do seu património natural e edificado e a valorização das tradições locais, projetando a Graciosa como um exemplo de harmonia entre o ser humano e o ambiente.

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