As fajãs dos Cubres e da Caldeira do Santo Cristo são as principais fajãs detríticas da costa Norte da ilha de São Jorge, formadas pela acumulação de materiais, resultantes de movimentos de massa das vertentes litorais sobranceiros, como desabamentos, deslizamentos e quebradas que fazem parte da evolução natural destes taludes altos e escarpados, e que são potenciados por chuvas fortes, escavamentos de base de vertentes ou pela ocorrência de sismos mais energéticos, como os de 09 de Julho de 1757 e de 01 de janeiro de 1980.
De entre as mais de setenta fajãs da ilha, estas possuem as únicas lagoas costeiras do arquipélago, separadas do oceano por praias de calhau rolado de diversas dimensões, sendo que, no caso da Fajã de Santo Cristo, é mantida pela ação do Homem uma ligação direta entre o mar e a lagoa, de modo a permitir o cultivo das ameijoas – criadas na zona de reserva Natural Especial da Caldeira de Santo Cristo. Estas lagoas fazem parte integrante da Reserva da Biosfera das Fajãs, por serem classificadas como Sítio de Importância Internacional – Sítio RAMSAR – relativamente ao habitat de aves aquáticas, e como Área Ecológica Especial.
A Fajã dos Cubres, cujo nome deriva da planta chamada “cubres”, com o nome científico Solidago sempervirens e que produz pequenas flores amarelas, foi mais recentemente galardoada com o prémio “Sete Maravilhas de Portugal – Aldeias de Mar”. É, igualmente, um local de interesse cultural, patrimonial e paisagístico, onde encontra antigos poços de maré e testemunhos fiéis das vivências passadas.