O seu nome está ligado a uma lenda local e romântica, segundo a qual existia, em tempos idos, uma formosa camponesa, rapariga à qual não faltavam pretendentes, mas que já se tinha entregado de corpo e alma a um fidalgo da Vila, que, em determinadas noites, vinha secretamente aguardá-la neste sítio do Poço das Asas. Como em todas as trágicas histórias de amor, os dois apaixonados foram descobertos. Os restantes pretendentes juntaram-se e juraram destruir aquele amor. Assim, numa noite, acontecendo que a rapariga esperava ainda sozinha o seu apaixonado, os seus pretendentes mataram-na. No dia seguinte, de madrugada, quando as gentes da povoação vieram buscar água, encontraram o cadáver da camponesa e, bem assim, o Poço contendo na sua superfície algumas penas brancas, como a geada, penas essas que ainda em nossos dias, quando faz tempo gelado se formam nas águas do local. Quanto aos assassinos, dois fugiram, enquanto o terceiro, cheio de remorsos, dentro de pouco tempo enlouqueceu e vinha quase diariamente sentar-se nestas pedras, ficando horas e horas seguidas junto à água, no fundo da qual parecia buscar o perdão. Àqueles que passavam, dizia que viessem ver as penas saídas das asas de um anjo, que ali estavam à superfície da água, e, acusando-se do seu crime, acrescentava que a camponesa, quando fora morta, trazia no seio uma criança e que o anjinho, ao despedir-se dolorosamente da vida, havia deixado cair algumas penas das suas asas na superfície da água.