São Miguel

Informações

Ilha de São Miguel

Geografia

A ilha de São Miguel, com uma área de 744,6 km2, com 62 Km de comprimento e 16 Km de largura máxima. É a maior e a mais densamente povoada do Arquipélago, com 133 390 habitantes. 

Está situada a 25º, 30’ de longitude oeste e 37º 50’ latitude norte.

 
Outras Informações

É difícil demarcar no tempo a data exata da descoberta e do povoamento da ilha de S. Miguel. O primeiro documento oficial que se conhece a respeito do seu povoamento é a Carta Régia de D. Afonso V, de 2 de julho de 1439 que, não só informa que o Infante D. Henrique já havia mandado lançar gado “nas sete ilhas dos Açores” até à data descobertas, incluindo S. Miguel, como lhe cede autorização para as povoar. Segundo o pai da história dos Açores, Gaspar Fructuoso em “Saudades da Terra”, o lugar da Povoação Velha constitui o primeiro local do desembarque, do reconhecimento do território e o primeiro local a ser povoado nesta ilha sob os comandos do cavaleiro da Ordem de Cristo e Senhor de Almourol, Frei Gonçalo Velho Cabral, a quem foi entregue a Capitania das ilhas do grupo oriental. Atraídos pela suavidade do relevo e pelas baías abrigadas da costa sul, os primeiros povoadores fixaram-se em Vila Franca do Campo, primeira capital da ilha e a segunda vila mais antiga dos Açores. Em 1474, a capitania de S. Miguel é desanexada de Santa Maria e é vendida a Rui Gonçalves da Câmara. Os primeiros habitantes eram oriundos da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, aos quais vieram juntar-se, mais tarde, madeirenses, judeus, mouros e, possivelmente, franceses (tradição presente no nome da freguesia da Bretanha), atraídos pela oferta de terras e oportunidades de comércio.
A fertilidade do solo, a posição geográfica entre a Europa, a África e a América contribuem para uma rápida expansão económica, centrada no cultivo do trigo (que se exportava para as guarnições portuguesas das praças do Norte de África), da cana-de-açúcar, das plantas tintureiras pastel e urzela (exportadas para a Flandres), no vinho e nos lacticínios. Mais tarde, a batata-doce, o milho, o inhame, o linho e a laranja ampliam a produção agrícola da ilha. Vítima de ataques de corsários franceses, ingleses e argelinos durante o final do séc. XVI e parte do séc. XVII, São Miguel é ocupada por tropas espanholas em 1582.
Com a Restauração, em 1640, São Miguel recupera a sua posição de centro comercial desenvolvendo contactos com o Brasil, para onde seguem colónias de emigrantes.
A laranja, exportada para Inglaterra, traz a São Miguel, desde o final do séc. XVIII, uma grande prosperidade. Uma doença extermina os laranjais, a partir de 1860, mas, em breve, a capacidade de iniciativa local introduz novas culturas – tabaco, chá, espadana, chicória, beterraba sacarina e ananás que garantem a sobrevivência económica e a que se vêm juntar, com o correr dos anos, indústrias diversas, o incremento da pesca, da pecuária e do turismo.
Ao longo dos séculos, a perseverança dos micaelenses foi capaz de ultrapassar os cataclismos, como intempéries, sismos e erupções vulcânicas que causaram destruição e graves crises económicas. Atualmente, São Miguel é um dos centros de decisão política e administrativa da Região com uma economia diversificada e em franco progresso.

Os prazeres da cozinha de S. Miguel não se esgotam nas receitas tradicionais, nem na doçaria conventual, refletem a ligação que o micaelense tem com o meio que o rodeia e a sua capacidade de inovação, cujo resultado final se traduz em experiências gastronómicas inesquecíveis.

 

SOPAS: SOPA DE FUNCHO, CALDO AZEDO, FERVEDOURO, CALDO VERDE
Refletem os diferentes ciclos agrícolas em que predominava uma determinada cultura usada num caldo, mais ou menos basto, com banha de porco, batatas, alho e cebolas ou até mesmo pão, podendo ou não levar “conduto” de porco.

 

SOPA DE PEIXE
Normalmente, é feita com peixe que não tenha muitas espinhas, temperado com sal e especiarias ao qual se adiciona, na cozedura, azeite, batata e outros ingredientes.

   

CALDEIRADA DE PEIXE
Confecionada com congro, raia, boca negra, alfonsim ou outros peixes vermelhos, capturados com artes de pesca sustentáveis, são típicas das zonas piscatórias.

 

CHICHARROS FRITOS COM MOLHO VILÃO
O Chicharro é um dos peixes mais consumidos pelos micaelenses, podendo ser assado, grelhado ou frito e acompanhado do molho vilão, preparado com vinho de cheiro, alho e pimenta da terra e servido com pão de milho (broa).

 

POLVO GUISADO EM VINHO DE CHEIRO
Uma das características únicas deste prato são os seus temperos com destaque para o vinho de cheiro (ou tinto) e a presença da pimenta da terra. Acompanha-se com batata ou arroz branco.

 

ARROZ DE LAPAS E LAPAS DE MOLHO AFONSO
São, provavelmente, os gastrópodes mais populares dos micaelenses, podendo ser grelhadas com manteiga e alho e cozinhadas com casca ou com molhos, usando-se sempre especiarias.

 

TORRESMOS DE MOLHO DE FÍGADO
Era o prato servido na noite da consoada, feito com o entrecosto do porco e o fígado. Tem a particularidade de as carnes serem temperadas com o molho de “vinha d’alhos” e depois cozinhadas, lentamente, com banha amarela.

 

CAPÃO RECHEADO
Típico da zona do Nordeste, é confecionado, principalmente, na época de Natal. O seu nome advém do facto do Galo ser “capado”, o que dá um gosto peculiar à carne. O galo é assado e recheado, o recheio é à base de pão, carnes cozidas e especiarias. 

 

COZIDO, FEIJOADA, BACALHOADA E ARROZ DOCE NAS CALDEIRAS DAS FURNAS, MILHO E CASTANHAS, COZIDAS EM FUMAROLAS VULGO “CALDEIRAS” DE ÁGUAS HIPERTERMAIS. CAFÉ, CHÁS TERMAIS E LIMONADAS FEITAS COM ÁGUAS MINERAIS.
A utilização do calor vulcânico para a confeção de comida é o reflexo vivo da idiossincrasia dos furnenses com o meio que os rodeio. De todos os pratos, o mais conhecido é o Cozido nas Caldeiras em que os legumes, as carnes (de vaca, de porco e de galinha) e os enchidos levam cerca de sete a oito horas a cozer, enquanto que a “Bacalhoada” ou Caldeirada de Bacalhau demora cerca de quatro a cinco horas, a Feijoada seis a sete horas e o arroz doce três horas. Podíamos dizer como se confeciona, mas jamais poderemos transmitir a erupção de cores, cheiros e sabores que se tem quando se destapa o tacho e de comer algo que foi unicamente cozinhado pelo calor que emana no interior da Terra. A adicionar a este “geomenu”, o milho e as castanhas cozidas na Caldeira do Esguicho, o chá, as tisanas e o café feitos com a Água Santa. A adicionar tudo isso, o curioso chá verde que muda a cor para roxo quando preparado com a Água do Padre José e a deliciosa limonada feita com a Água Azeda.

 

MARISCOS: CAVACO, LAPAS GRELHADAS, CRACAS, CARANGUEJOS E LAGOSTAS
Na ilha de São Miguel há muita diversidade e abundância de marisco. São, normalmente, cozidos em água, vinho ou cerveja, sal, especiarias e pimenta da terra acompanhados dos prazeres de Baco.

 

ANANÁS
Conhecido como o rei dos frutos é produzido em S. Miguel desde o séc. XIX em estufas de vidro, com a utilização de técnicas de cultivo tradicionais, o que confere um sabor peculiar. Está classificado com o selo DOP.

 

QUEIJOS FRESCOS OU CURADOS E MANTEIGAS
Feitos a partir do leite das vacas alimentadas nos pastos verdejantes. Os queijos podem ser frescos (cabra ou vaca) ou ainda curados na variedade de pasta mole, dura ou semidura e até o saboroso queijo de vaca curado que é banhado com uma água hipotermal de origem vulcânica.

LICORES
São elaborados a partir de receitas caseiras com os melhores frutos da região. No seu fabrico contam apenas com a polpa da fruta ou a casca de citrinos, às quais se adiciona água, açúcar e álcool. Os licores mais conhecidos são os de Maracujá, Ananás e Amora, mas existem muitos mais.

 

CHÁ
As plantações de chá de São Miguel são as únicas na Europa, onde o chazeiro é manuseado para fins industriais. A partir da Camellia sinensis produzem-se o chá verde e o chá preto (Orange Pekoe, Pekoe e Broken leaf ).

 

BOLO LÊVEDO
Originário das Furnas, é um bolo adoçado que tem a particularidade de ser cozido lentamente numa sertã de barro ou numa chapa. Pode ser servido em qualquer refeição, comendo-se simples, com manteiga, doce ou até mesmo com um bife.

 

QUEIJADAS DA VILA FRANCA
A sua receita foi criada pelas freiras do antigo Convento de Santo André, localizado em Vila Franca do Campo. Têm como ingredientes principais o leite, os ovos e o açúcar que lhe conferem uma textura única e um sabor deliciosamente inconfundível.

 

QUEIJADAS DE INHAME
Características das Furnas, são feitas com o inhame plantado nos terrenos alagadiços “lameiros” regados quer com as águas mornas e férreas, quer com as águas frias e cristalinas das nascentes locais.

FESTA DO ESPÍRITO SANTO
São festas comuns em todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. À volta de cada ilha, todas as freguesias têm uma capela, chamada “Império”, com a respetiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular. Celebram a terceira pessoa da Santíssima Trindade onde o espírito comunitário e de partilha traduz a verdadeira natureza destas celebrações………..”uma festa do Povo para o Povo”.

Localização: Todo o arquipélago
Datas: De maio a setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandades dos Espírito Santo

 

FESTA DO SENHOR SANTO CRISTO DOS MILAGRES
Realiza-se todos os anos na ilha de S. Miguel, no 5º Domingo da Páscoa, e tem a duração de três dias, nos quais a imagem do Senhor Santo Cristo é venerada, o que já acontece há mais de 400 anos, no convento da Esperança em Ponta Delgada. Além das manifestações religiosas que caracterizam estes dias festivos, há também manifestações culturais e desportivas.

Localização: Ponta Delgada, ilha de S. Miguel
Datas: 5º Domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandade Senhor Santo Cristo dos Milagres

 

PROCISSÃO DE S. MIGUEL ARCANJO
Com características que remontam à idade média e ao início do povoamento, é também conhecida pela Procissão do trabalho, pois as corporações de artífices reúnem-se em trono dos santos patronos, cujos andores são transportados, no domingo, pelos representantes da profissão (muitas delas já inexistentes), vestidos com opas que as identificam.

Localização: Vila Franca do Campo
Data: maio
Entidade Responsável: Comissão da igreja

 

PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS
Cortejo processional em honra do Corpo e Sangue de Cristo que percorre as principais artérias da Vila da Povoação e que tem a particularidade de integrar todas as Cruzes Paroquiais da Ouvidoria da Povoação. A edilidade povoacense decora as ruas com arquitetura efémera e com os famosos cinco tapetes gigantes de flores e outros materiais decorativos.

Localização: Vila da Povoação, ilha de São Miguel
Datas: 5ª feira do Corpo de Deus

Entidade Responsável: Comissão Fabriqueira da Igreja da Mãe de Deus e Câmara Municipal da Povoação.

 

PROCISSÃO DA VISITA DO SENHOR AOS ENFERMOS
É uma das procissões mais emblemáticas dos furnenses, pois o Santíssimo vai exposto, transportado pelo pároco para dar a Sagrada Comunhão aos Enfermos (pessoas acamadas que não podem ir à missa durante o ano). Os habitantes mobilizam-se e enfeitam as ruas com lindíssimos tapetes de flores, numa genuína manifestação de fé em que o humano se funde com o divino.

Localização: Freguesia de Furnas
Data: 2º. Domingo de Páscoa
Entidade responsável: Comissão Fabriqueira de Nossa Senhora da Alegria

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS
Localização: Vila de Água de Pau
Data: 15 de agosto
Entidade: Comissão da Igreja

 

PROCISSÃO DO BOM JESUS DA PEDRA
A primeira procissão do Senhor Bom Jesus da Pedra, a imagem mais adorada em Vila Franca do Campo, aconteceu há 200 anos e atrai milhares de fiéis.

Localização: Vila Franca do Campo
Data: último fim-de-semana de agosto


CAVALHADAS DE SÃO PEDRO
As Cavalhadas de São Pedro realizam-se anualmente na Ribeira Grande. Um “Rei”, ou “Maioral”, Cavaleiros, Lanceiros, Despenseiros e Corneteiros vestidos de trajes coloridos, montados em luzidios cavalos, desfilam pelas ruas na manhã do dia de S. Pedro.

Localização: Freguesia da Ribeira Seca, concelho da Ribeira Grande, ilha de S. Miguel
Datas: 29 de junho
Entidade responsável: Comissão de festas

 

FEIRA QUINHENTISTA

A Feira Quinhentista é um evento onde os artesãos expõem e vendem mercadorias, existindo, também, uma espécie de encenação de uma feira da época medieval com recriação de eventos históricos.

Localização: Ribeira Grande, ilha de São Miguel
Data: julho
Entidade responsável: Câmara Municipal da Ribeira Grande

 

FESTIVAIS DE MÚSICA
Estes festivais juntam milhares de pessoas, de diferentes gerações, para assistirem a grupos musicais regionais, nacionais e até, por vezes, internacionais. Normalmente, são três dias de festa alguns com “comes e bebes”: “- Festival do Tremor, Walk and Talk, “RFM Beach Power”, “Caloura Blues”, “Festa do Chicharro”, “Festas de Nordeste”, “Festival Monte Verde”, “Festival da Povoação”, “Azores Burning Summer”, “Entre Marés”.

Localização: Toda a ilha
Data: de julho a setembro
Entidade responsável: Associações

 

MARCHAS DE SÃO JOÃO
As festas em honra deste popular santo casamenteiro são celebradas na própria Vila Franca do Campo e as freguesias do município organizam marchas e coreografias, de acordo com o tema por elas escolhido, sendo acompanhadas pelos acordes das bandas filarmónicas, num festival de cor em que reina a alegria e boa disposição. 

Localização: Vila Franca do Campo
Data: noite de S. João – 24 de junho
Entidade responsável: Câmara Municipal da Vila Franca do Campo

 

FESTA DA FLOR
Evento que decorre na cidade da Ribeira Grande, tendo como ponto alto um desfile alegórico, envolvendo as freguesias e instituições do concelho que desfilam sobre um tema associado às flores.

Localização: Ribeira Grande
Data: maio
Entidade responsável: Câmara Municipal da Ribeira Grande

 

AS GRANDES FESTAS DO ESPÍRITO SANTO DE PONTA DELGADA
Localização: Cidade de Ponta Delgada.

Data: 1º fim de semana de julho

Entidade responsável: Câmara Municipal de Ponta Delgada e irmandades do Espírito Santo da Ouvidoria de Ponta Delgada.

 

FESTIVAL DE BLUES DO FAIAL DA TERRA
Localização: Faial da Terra / Povoação
Data: 1º fim de semana de agosto
Entidade responsável: Junta de Freguesia do Faial da Terra

 

GRANDE FESTIVAL DE FOLCLORE DA RELVA
Localização: Relva / Ponta Delgada
Data: 1º fim de semana de agosto
Entidade responsável: Junta de Freguesia da Relva e Grupo Folclore de Cantares e Balhados da Relva

 

FESTIVAL DE MÚSICA NO COLÉGIO
Localização: Largo do Colégio / Ponta Delgada
Data: julho
Entidade responsável: Grupo Coral de S. José

 

EVENTOS DESOPORTIVOS
Festival de Parapente organizado pele Clube Asas de S. Miguel, ocorre em agosto.

Eventos associados ao Trail Run como o Trail Run Nordeste Real Priolo – prova da responsabilidade da Câmara Municipal do Nordeste, organizada pelo CDC Juventude da ilha de S. Miguel, Centro Desportivo e Recreativo do Nordeste em colaboração com a Associação de Atletismo de S. Miguel. Ocorre em abril

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