Santa Maria
Informações
Ilha de Santa Maria
Geografia
A ilha de Santa Maria, com 96,87 km2, é a mais meridional e a mais oriental das nove ilhas do Arquipélago dos Açores e, também, uma das mais pequenas, a terceira a seguir ao Corvo e à Graciosa. Aparenta, grosseiramente, a forma de um losango, com cerca de 18 km no maior comprimento e 6 km na menor largura. É, além disso, uma ilha bastante baixa, com altitude máxima no Pico Alto (586,84 metros).
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Outras Informações
Desconhece-se a data do descobrimento de Santa Maria. De certo sabe-se que caravelas portuguesas fizeram o reconhecimento do seu litoral em 1427 e que Gonçalo Velho Cabral, navegador ao serviço do infante D. Henrique e freire da Ordem de Cristo, lançou gado em Santa Maria e foi, mais tarde, o seu capitão-donatário. Primeira ilha dos Açores a ser povoada, vê desembarcar das caravelas, em 1439, o punhado de pioneiros que se fixaram na Praia dos Lobos, ao longo da ribeira do Capitão. João Soares de Albergaria, sobrinho do primeiro capitão-donatário e seu herdeiro, dá um novo impulso ao povoamento de Santa Maria trazendo famílias do continente, sobretudo algarvias.
Até final do séc. XV Santa Maria regista grande desenvolvimento, o que leva a que o primeiro foral de vila nos Açores seja concedido à localidade do Porto, desde então denominada de Vila do Porto.
A prosperidade da ilha assentou, até final do séc. XVIII, no pastel, que era considerado o melhor do arquipélago e existia em abundância, e na urzela, exportados para as tinturarias da Flandres, e na cultura do trigo, que tinha procura no continente e abastecia as praças-fortes portuguesas do Norte de África.
A sua proximidade das costas da Europa e da África trouxe-lhe, em 1493, a visita de Cristóvão Colombo, no regresso da primeira viagem à América, em cumprimento de promessa religiosa e procura de víveres.
Considerado vulgar pirata, foi preso, às ordens do governador da ilha, até completo esclarecimento das razões da sua vinda. Os verdadeiros piratas vieram, nos sécs. XVI e XVII, com os ataques corsários ingleses, franceses, turcos e argelinos, que apesar das fortificações construídas, efetuavam razias, incendiavam e pilhavam e levavam os habitantes prisioneiros como escravos e reféns.
Em 1616 a ilha é ocupada, durante cinco dias, por piratas marroquinos, que em 1675 praticavam inúmeras atrocidades, chegando a flagelar habitantes com uma barra de ferro.
Dedicando-se à agricultura, em que predominam vinhedos, trigo, milho, batata, inhame, pomares, à pecuária e aos lacticínios, Santa Maria atravessou, sem sobressaltos, os sécs. XVIII e XIX, se excetuarmos a presença de um contingente de jovens da ilha entre as tropas que participam no desembarque no Mindelo e no cerco do Porto, em 1832, durante as lutas liberais e miguelistas. O século XX traz-lhe, com a construção do aeroporto em 1944 – de grande valor estratégico durante a Segunda Guerra Mundial e ponto de escala obrigatório nas travessias atlânticas, até finais da década de 60 – uma nova dinâmica e progresso. A introdução de novos modelos de aviões com maior autonomia de voo tem vindo a reduzir o tráfego no aeroporto, mas o futuro da ilha é encarado com esperança a partir de um adequado aproveitamento dos seus recursos naturais e posição geográfica.
Misto mariense
Prato típico que contém o tradicional chouriço, morcela frita e a famosa “alheira mariense” (enchido tradicionalmente associado a Trás-os-Montes e Beiras).
Molho de Santa Maria
Espécie de enchido muito apreciado na culinária mariense que consiste num estômago de porco recheado de arroz, carne de porco, toucinho e linguiça, temperado com pimenta da terra, salsa, colorau, vinho e vinagre. Pode servir-se acompanhado de batata doce cozida.
Bolo na panela
Este prato típico da gastronomia mariense, apesar do nome “bolo” consiste numa sopa confecionada à base de carne de porco, farinha de milho e couves.
Caldo de peixe
Prato típico do património gastronómico açoriano, acompanhado com pão e hortelã, também está presente na culinária mariense. As principais espécies piscícolas na sua confeção são a garoupa, boca-negra, goraz, bicuda e lírio.
Caldo de nabos
Um dos pratos mais simbólicos de Santa Maria, confecionado com uma espécie de nabos que só existem em alguns locais da ilha e, curiosamente, em terras pouco férteis. Carnes de porco, chouriço e toucinho entremeado, assim como a batata doce e o pão caseiro complementam esta receita, conferindo-lhe um paladar único.
Sopas do Espírito Santo
comum em todas as ilhas do arquipélago, este prato tradicional de carnes, couves, batatas e pão, é normalmente temperado com endro e hortelã. À sua confeção acresce uma série de rituais culturais que variam de ilha para ilha e, em algumas vezes, até, de freguesia para freguesia.
Cavacas
Doce feito à base de açúcar e ovos, de forma arredondada coberto com uma calda de açúcar. este doce tradicional da culinária portuguesa também está presente na gastronomia da ilha de Santa Maria.
Encanelados
À semelhança das cavacas, estes biscoitos também são cobertos com uma calda açúcar, diferindo das cavacas no formato apresentando-se em forma de rosquilha.
Biscoitos de orelha
Considerados uma referência gastronómica mariense, os biscoitos de orelha devem o seu nome ao formato e aos cortes feitos nas pontas da massa em forma de triângulo. São confecionados a partir de uma massa lêveda com açúcar, farinha de trigo, ovos, banha de porco e manteiga, a qual vai a cozer em forno médio.
Meloa
Aromática, com polpa de cor alaranjada e textura macia, a meloa de Santa Maria diferencia-se pelas suas propriedades nutricionais, designadamente, o elevado teor de Vitamina C, e a presença de minerais como o cálcio, o magnésio e o potássio.
Religiosas
Festa da Nossa Senhora da Assunção
Celebrada em honra da padroeira de Vila do Porto, esta é a principal festa de Santa Maria. Também conhecida como “Festas 15 de Agosto”. Além do seu cariz religioso onde esse destaca a celebração da missa e a procissão em honra de N. Sra. da Assunção, é possível disfrutar da música popular e outras atividades de lazer.
Localização: Vila do Porto
Data: 15 de agosto
Entidade Responsável: Paróquias do concelho
Festa do Senhor Santo Cristo
Festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres, comemoradas uma semana após a celebração homónima na ilha São Miguel. Á semelhança de outras festividades religiosas da ilha de Santa Maria, a componente popular faz também parte da festa.
Localização: Vila do Porto
Data: Uma semana após a celebração homónima na ilha de São Miguel/Sexto domingo a seguir à Páscoa
Entidade Responsável: Irmandade do Sr. Santo Cristo dos Milagres
Festas do Espírito Santo
Festas comuns a todas as ilhas, embora divirjam em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da mesma ilha, traduzem a devoção à terceira pessoa da Santíssima Trindade. A religiosidade dos Açorianos, o espírito de partilha e o trabalho em comunidade traduzem bem a realidade das Festas do Espírito Santo…”uma festa do Povo para o Povo”.
Localização: Todo o arquipélago
Data: De maio a setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da Páscoa
Entidade Responsável: Irmandades do Espírito Santo
Festas dos Santos Padroeiros
Missas e procissões celebradas entre os meses de junho e agosto, em consagração ao padroeiro de cada freguesia: Festas de Santo António (freguesia de Santo Espírito), Festas de São Pedro (freguesia de São Pedro), Festas de Nossa Senhora do Bom Despacho (freguesia de Almagreira) e Festas do Sagrado Coração de Jesus (freguesia de Santa Bárbara).
Localização: Freguesias do Concelho de Vila do Porto
Data: Habitualmente celebradas no fim de semana de cada Santo, de acordo com o calendário religioso
Entidade Responsável: Paróquias do concelho
Peregrinação à Ermida de Nossa Senhora de Fátima
Percurso percorrido pelos peregrinos marienses com destino à Ermida de Nossa Senhora de Fátima, a primeira ermida sob invocação de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, após a Capelinha das Aparições na Cova da Iria.
Localização: Vila do Porto
Data: 12 e 13 de maio
Entidade Responsável: Paróquias do concelho
Profanas
Festival Maia Folk
Realizado anualmente, durante o mês de julho, na Baía da Maia, o “Maia Folk” abarca música Folk de diferentes gerações e culturas.
Localização: Baía da Maia
Data: Primeiro ou segundo fim de semana de julho
Entidade Responsável: Associação Amigos da Maia
Festival Maré de Agosto
O festival mais antigo da região ocorre anualmente, no mês de agosto, na Praia Formosa, abrangendo diversos géneros musicais e atividades.
Localização: Praia Formosa
Data: Penúltimo fim de semana do mês de agosto
Entidade Responsável: Associação Cultural Maré de Agosto.
Festival Santa Maria Blues
Festival musical que engloba estilos de músicas derivados do Blues e do Jazz. Realiza-se no lugar dos Anjos e acontece, anualmente, no mês de julho.
Localização: Lugar dos Anjos
Data: No fim de semana seguinte ao Festival Maia Folk
Entidade Responsável: Associação Escravos da Cadeinha